Imposição de um tempo onde nada se pode fazer, a não ser olhar para dentro. E mergulhar-se é dolorido, é nefasto, despendioso. Mas necessário. Porque depois de ser encontrado por tudo o que se fugia, não se queria, tinha medo, parece que a solidão só aumenta. Eis que, numa quarta-feira de cinzas, sem mais além de ressaca, você percebe que aquela boca seca, olhar marejado e sensação de vazio talvez tenham te feito mais forte. Depois da auto-exploração, você se conhece um pouco mais. Um dia, volta a descobrir que lá fora de você tem uns raios de sol. E que eles esquentam, e que são tão bonitos, que talvez valha a pena levantar os olhos de novo.
E você levanta. E descobre manifestações novas da natureza. E delas se intera, se esmera, se esbalda. Até que o mundo dá outra volta. Solidão.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
ainda que tarde
ainda que tarde
ainda na decepção que arde
seu desejo me parte
na nublada tarde
seus olhos são arte
e que arte
e que tarde
ainda na decepção que arde
seu desejo me parte
na nublada tarde
seus olhos são arte
e que arte
e que tarde
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Que mal tem?
Que mal há em olhar pro lado e não ver ninguém?
Qual o problema de esperar por quem não vem?
Que mal tem?
Qual o problema de, num dia claro, só ver nuvem.
Me deixa, porque mal não tem.
Tem uma dorzinha, mas também, quem não tem?
Pelo menos, ela me faz não ficar aquém.
Levanta essa cabeça e sofra a vontade.
Por um ser que não vem.
Porque nem vontade tem.
Mas, afinal, que mal tem?
Qual o problema de esperar por quem não vem?
Que mal tem?
Qual o problema de, num dia claro, só ver nuvem.
Me deixa, porque mal não tem.
Tem uma dorzinha, mas também, quem não tem?
Pelo menos, ela me faz não ficar aquém.
Levanta essa cabeça e sofra a vontade.
Por um ser que não vem.
Porque nem vontade tem.
Mas, afinal, que mal tem?
Sambinha
Sambinha, na linha, na varinha.
Na Vila, na quadra, na Lapinha.
Samba de roda, de bumbo, de marchinha.
Com a morena, a loira, a ruivinha.
Sambo cadenciado meu sambinha
Com amor, dentes brancos e caninha.
Porque com aditivo, fica ainda melhor o sambinha.
Rodas, grandes, democráticas, bonitinhas.
Enfileram os cachos saltando, gostosinhas.
Tudo isso no meu sambinha: cheio, suado, cervejinha.
Na Vila, na quadra, na Lapinha.
Samba de roda, de bumbo, de marchinha.
Com a morena, a loira, a ruivinha.
Sambo cadenciado meu sambinha
Com amor, dentes brancos e caninha.
Porque com aditivo, fica ainda melhor o sambinha.
Rodas, grandes, democráticas, bonitinhas.
Enfileram os cachos saltando, gostosinhas.
Tudo isso no meu sambinha: cheio, suado, cervejinha.
Ei, bonita,
você sabe que por você tenho o maior amor
Sabe que com você meu mundo gira sem dor
E que juntos a gente voa
rumo a alguma história boa.
Sabe que a coisa mais bonita do mundo
É acordar e ver que a gente está junto
Sabe que sem você não faz sentido
Que é como ir sem ter ido.
Por isso, bonita, vê se me releva
E enxerga o quanto não foi tão bem vivido
O quanto reviver não é proibido.
Vem, bonita, vem e fica comigo.
Porque eu sei que eu não quero demais.
Eu só quero seu amor, bonita.
Só quero você, em paz.
Sabe que com você meu mundo gira sem dor
E que juntos a gente voa
rumo a alguma história boa.
Sabe que a coisa mais bonita do mundo
É acordar e ver que a gente está junto
Sabe que sem você não faz sentido
Que é como ir sem ter ido.
Por isso, bonita, vê se me releva
E enxerga o quanto não foi tão bem vivido
O quanto reviver não é proibido.
Vem, bonita, vem e fica comigo.
Porque eu sei que eu não quero demais.
Eu só quero seu amor, bonita.
Só quero você, em paz.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
No ar, sem par, eu lembro do meu passado de beija-flor.
No fim, sem mim, me vejo sem asas, não sou mais beija-flor.
E decido me mexer, cheio de amor, cheio de dor, mesmo frágil, isopor, pra ser de volta beija-flor.
Bato asas, faço algazarra, finjo que não sei, só pra ser beija-flor.
Porque tudo o que eu preciso é parar, olhar e, num movimento inexplicavelmente demorado, voltar a ficar perto da flor.
E beijá-la para sempre.
No fim, sem mim, me vejo sem asas, não sou mais beija-flor.
E decido me mexer, cheio de amor, cheio de dor, mesmo frágil, isopor, pra ser de volta beija-flor.
Bato asas, faço algazarra, finjo que não sei, só pra ser beija-flor.
Porque tudo o que eu preciso é parar, olhar e, num movimento inexplicavelmente demorado, voltar a ficar perto da flor.
E beijá-la para sempre.
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