Imposição de um tempo onde nada se pode fazer, a não ser olhar para dentro. E mergulhar-se é dolorido, é nefasto, despendioso. Mas necessário. Porque depois de ser encontrado por tudo o que se fugia, não se queria, tinha medo, parece que a solidão só aumenta. Eis que, numa quarta-feira de cinzas, sem mais além de ressaca, você percebe que aquela boca seca, olhar marejado e sensação de vazio talvez tenham te feito mais forte. Depois da auto-exploração, você se conhece um pouco mais. Um dia, volta a descobrir que lá fora de você tem uns raios de sol. E que eles esquentam, e que são tão bonitos, que talvez valha a pena levantar os olhos de novo.
E você levanta. E descobre manifestações novas da natureza. E delas se intera, se esmera, se esbalda. Até que o mundo dá outra volta. Solidão.
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Um comentário:
lindo (o texto)
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