sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E aí

E aí você me convidou pra uma cerveja no bar que eu confundi com nome de produtora. E aí, você entrou na minha vida de um jeito nada brando, balançando esses cabelos de franja e abrindo sua bocona num sorriso insuportável enquanto me sinucava uma jogada atrás da outra.
E aí, você passou a fazer parte dos meus dias, como o uísque fazia parte das minhas noites. E aí eu me vi apaixonado por uma mulher, uma flor, uma ingrata que roubou todo meu amor de todas as mulheres, pra depois descobrir que não sabe o que fazer com ele. E aí, eu me vi perdido, idolatrando uma flor que nunca finda porque pra ela é eterna primavera, porque pra ela é sempre hora de espalhar perfume de gengibre e provocar brilho nos olhos dos outros, com tanta cor nas suas pétalas. E aí, eu pergunto o que vai ser de mim se perder essa flor pra sempre. E aí, eu lembro dos 100.000 momentos mágicos que essa flor me trouxe. E aí, eu caio no desespero, porque lembrar de certas coisas é mais difícil que tentar repeti-las. E aí, eu me desespero mais um pouco porque ‘as vezes você não me atende, logo depois de ter dito que ama as poesias que faço para você. E aí, eu entro nessa ciranda eterna, nessa iminência de não te ter, mas ter, de um jeito esquisito, oblíquo que eu nunca tinha vivido antes. É claro, porque nunca ninguém no mundo viveu amor desse antes. E aí, eu desato a escrever um textão enorme que vai te dar preguiça de ler, porque eu sei que você não tem tempo e as vezes é meio manhosa. E aí, eu concluo que vou escrever mesmo assim, mesmo que você não chegue até o final destas palavras porque, afinal de contas, eu te amo.
E aí, eu acho que tenho que te contar tudo isso.

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