quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Eu te agradeço cada segundo de secura.
Cada momento de dor no peito.
E todas as teimosas lágrimas, uma a uma.

Eu te agradeço a barba crescida.
O estômago vazio
e a dor da partida.

Sem isso, eu não escreveria e se não escrevesse, não me libertaria.
Por isso, mais do que saudades, você me trouxe vontade.

E a vontade de escrever é a mais legítima que existe.
Porque não há nada mais honesto que colocar pra fora,
o que a vida empurrou goela adentro.

Sem mágoas, eu sinceramente te agradeço cada gota de tristeza.
Sem elas eu não teria motivo pra me debruçar no abismo.
E me jogar, ainda que sem leveza.

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